quinta-feira, novembro 08, 2012

Amor de mãe




Olha para rua
E sente a chuva nua
Com sua frieza
Enchendo de tristeza

É como esperar alguém
Que nunca mais vai voltar

Olha no espelho
E sente medo
A lágrima
O acompanha desde cedo

Olha para o mar
A imensidão desola

Deixe-a amar
O amor maior do mundo consola



Josh









 

quarta-feira, novembro 07, 2012

"AGORA SÓ FALTA VOCÊ"






Um desses dias estava como de costume navegando pela net, mais especificamente o face, o odiado e aclamado facebook, foi quando recebi uma mensagem de uma amiga, me convidando para um reencontro com velhos amigos(as). Para variar acabei não respondendo se iria, ou não iria.
Durante o dia fiquei relutante, naquelas: vou, não vou.....
E lá estavam elas, somente elas....

Imaginei que a maior parte da galera ficou nessa: vou, não vou, e....realmente acabaram não vindo, talvez.... poderia ser por causa do dito dia: uma terça-feira a tarde, ou à namorada  enciumada que não deixou que o cabra vinhece, ou o marido,  ou o trabalho que empacou, ou questões de afinidades tão envoga nos reality da vida, enfim:

Quem vai estar?
Quem!? 
Ele!? Ela!? Uhhh, acho que vai ficar para próxima!!!
Quem sabe numa outra, lá no VIVOS!!!



Resumindo eu fui! Deixei essas questões de lado,....fui matar a saudade daqueles dias idos....pretérito mais que perfeito, o velho e bom passado....nostalgico.
O reencontro foi bom, regado a ceva gelada, aperitivos, fotos daqui, fotos dali e muita conversa.
Depois de tanto tempo bate uma certa curiosidade em saber como o outro está:

1. Casou?
2. Ainda está com ela(e)?
3. Terminou a facu?
4. Está trabalhando onde, ganhando bem?
5. Está namorando?
6. Ficou rico?
7. É sucesso?

Ou....pensamentos não ditos em palavras:
É melhor nem dizer, guarde só para você!

1. Continua gordinha(o)!
2. Nossa, ainda com esse aparelho, vai cair os deennte!
3. Continua linda(o) e gostosa(o)!
4. Ainda bem que ele(a) não veio!
5. Poxa, bem que ele(a) podia ter vindo!
6. Bem que ele(a)  podia ter ficado comigo!
7. Eu o(a) faria feliz!

É meus amigos, é para rir!!!
A noite continuou assim....linda! parecia que ia chover, mas não choveu, aliás, choveu, choveu sim: um tio, é..... um tiozinho!!!!, que veio dar encima das minas....veio todo....meio assim, sabe? Eu explico: Estatura mediana, branco, olhos.....não! aí... já é demais!? a cor dos olhos eu não reparei!
Reparei que ele tinha um português arrastado..... gringo! Uhhhh! As meninas já me deixaram de canto, é gringo!!!!!
Notei também que ele vestia uma bela camiseta, aquela roupa ficou presa no imaginário, e tentamos descobrir de qual carnaval passado o cidadão desenterrou aquela peça única.
E ele ficava, ia..... vinha com o copo na mão, com pinta de Don Juam do agreste, soltava um "The books on the table" , foi então que ele desistiu, quando percebeu que a nossa amiga loira, estava mesmo querendo mais uma loura: uma loura gelada, para dar àquela refrescada!!!!
Estava quente por de mais, dava para sentir na alma o calor dos trópicos de capricórnio!
E mais, a turma ali.... estava mais afim de bebemorar e só mais tarde....bem mais tarde, quem sabe namorar......
Mais aí, é outra história......para uma outra história.
Ou....quem sabe!?....para um outro e breve encontro.....só não pode faltar você!!!!
 
Josh











 

terça-feira, novembro 06, 2012

QUAL É A MÚSICA




Um dia de sol, em um desses lares de esquina, os copos cheios, os risos nas faces, vozes que ultrapassam o som dos carros, garçons perdidos iguais carrinhos de bate-bate, a musiquinha ambiente que sai das duas caixinhas empoeiradas cravada na parede do lado de fora, a letra da canção hipnotizava os viciados corações, e em uma das mesas ela.  Ele prostrado no balcão, e já no segundo drink, analizava as possibilidades de te-lá nos braços.
Tudo que sabia a respeito dela era pouco, mas o bastante e que para muitos caras da sua idade seria o principal. Ela é linda, aquele tipo de beleza que nocauteia todo e qualquer coração inválido.
Estatura mediana, olhos escuros, branca, cabelos longos, estava com um vestido que contemplava bem as suas curvas.

Parecia esperar alguém, uma garota assim não se dá o desfrute de ser só, de estar só, a beleza de uma mulher não precisa único e exclusivamente de um espelho que se quebra, e sim de espelhos que há vêem além dessa beleza que se desfaz com o tempo: pensava ele.

Por quase uma hora ficou assim: pensando... olhava disfarçadamente para ela, chamava o garçom, pedia mais um.... já era a terceira dose de vodca. Ela continuava ali firme, com sua beleza, seu charme, sua aparente delicadeza e a soma de tudo isso brindava e desencorajava os havidos de paixão a tentar uma aproximação.
Mas, não o nosso amigo que já estava na quarta e sorrateira dose, foi daí que veio a inspontânea coragem.

- Oi
Ele assim sem pensar o que dizer, ali parado na sua frente e ficou por alguns segundos.
- Oi, você vem sempre aqui?
Ela começou a rir, ele sem geito, ela rindo, e foi então que ela disse:
- Oi..... senta aí!
- Desculpa eu não aguentei, é que eu lembrei das minhas amigas de quando uma vez nos reunimos e ficamos conversando sobre cantadas, e escolhemos a top das cantadas e foi justamente essa: Você vem sempre aqui. Eu falava para elas que ninguém nunca tinha chegado assim em mim, e elas diziam: a sua hora vai chegar Bel, e chegou!

- É o seu nome?
- É eu me chamo Anabel.
-  Anabel, é que.....eu fiquei paralisado, perdido, sem saber o que dizer e acabou saindo essa pérola, mas e você já está um tempão aqui, você espera alguém?
- Não, vinha descendo rua, e essa tarde de sol linda acabou propiciando esse meu encontro com o bar e consequentemente com você.

Ele depois de ouvir as últimas três palavras, ri descaradamente e pensa olhando nos seus olhos: mais tarde eu adoraria ter, você bem pertinho de mim, quem sabe lá em casa me olhando assim....

E vez o outra ele se perde dentro de si, encantado com toda  "LA BELLE DE JOUR", segundos como um piscar de olhos observa as duas caixinhas empoeiradas que solta um novo e velho rit do rock a cada momento.

Continuavam a conversar, agora risos acalorados, como se ambos fossem próximos, talvez íntimos.

- Vamos lá para casa? Eu moro aqui perto.
Disse ela.
Saíram então, ela mora num prédio de esquina, subiram pelas escadas, pois sua quitinete  ficava no segundo andar, entram e a primeira coisa que ela fez foi abrir uma garrafa de vinho e ligar o rádio.
Pois o CD e colocou na sétima música, e diz sussurrando no seu ouvido: - momentos felizes as vezes merecem uma trilha triste, a gente se olha no olho e assim quem sabe consigamos enchergar nossas almas despidas.

E ela..... começa...... a despir-se, acompanhada pelos versos cantado da bela triste canção, pela luz fosca do abajur, e pelos olhos fixo dele vidrados no corpo dela.

"Dois Fantasma"


Josh













 

domingo, novembro 04, 2012

A DOR DO OUTRO




Nesses dias
A dor do outro bate forte no meu coração
A época da barbárie voltou
Predadores a solta pela selva de pedra
Já não se faz mais distinção
Uma coisa é certa
Vale mais o seu quepe
Do que um coração
Classe B
Classe C
Ou da socialyte desfilando com seu carrão

A vida antes andava pelas horas tortas
Pelos dias de verão sem preocupação
Pelos anos demorados

Hoje um segundo basta!
O estampido ultrapassa as fronteiras
Passe livre
Mais um corpo estendido no chão!
A minha, a sua
Vida se banaliza!
Se monopoliza!?
Nas mãos de um "dimaior" com arma na mão
Ou nas mãos de um ''dimenor'' sem noção
Agraciado pelas leis dessa triste nação

Onde andarás os três mosqueteiros?
Ops!!!! Digo Três poderes....
Da República Tupiniquim
Com seus governantes
E suas leis caducas que só condenam
Àqueles desprovidos que roubam-lhes o pão

Triste Nação!!!
500 anos de mortes
Primeiro os índios

Hoje por inércia dos políticos
A matança continua dizimando

Os que descende dos índios, dos negros, europeus, dos asiáticos, da miscigenação direta entre os povos
Tombam deixando seus órfãos

Oh!!!Pátria Amada Brasil!
Triste!
Rios de sangue continuam a banhar o teu solo
Onde flores cresceram para ornamentar as lápides
Dos que partem em vão!!!



Josh

















 

quinta-feira, novembro 01, 2012




Dizem que saio por aí
Meio assim, meio assim
Meio sorriso na cara
A tristeza carrego na alma

Finda
Tudo finda
Corre-se em vão
Por essas ruas de contramão

Destino

Para alguns consola
Perto do que se acredita
Desola, isola e não consola

E nessas noites inebriantes, há olhinhos que brilham, sexo à flor da pele, bocas volupitosas que cantam acompanhando o rei, que na voz do Marião é Roberto Embriagado.
Pode ser nas esquinas, no Noir ou no Parlapa. 
Augusta, as ruas!?
Os lares dos ébrios, sóbrios, e dos notívagos.  
Augusta rua com nome de moça.
A puta de todas as putas.
A santa de todas as Santas.
Que abraça todas as tribos, juventudes efêmeras.
Tombam assim como a noite engolida pelo dia, tombaremos não dos vícios e sim do velho e sorrateiro destino.

Saímos por aí querendo abarcar o mundo, sozinho!?
Tenho agora duas garotas, uma carioca e a outra diz que me adora.
Com um copo na mão, cauboy.... do bom e velho Jack.
É sempre "um não querer mais que bem querer". Procuramos alguém que preencha nossas sôfregas ilusões.

"Destino tenha pena de mim"


Josh





terça-feira, outubro 30, 2012

Roberto Embriagado




Saio por aí
Com meio sorriso na cara
A tristeza carrego na alma
Pode ser no Noir ou no Parlapa
O rei
Na voz do Marião
É Roberto Embriagado

Saio por aí
Com duas garotas
Uma paulista
A outra diz que me ama
Não buscamos nada
Talvez alguém
Que nos deixe com um sorriso inteiro na alma

Saio por aí
Meu espelho vive se quebrando
Há tantos por aí, iguais a mim
A juventude efêmera que a maldade dos homens apaga
Destino
Para muitos é algo que consola 
Perto do que eu acredito
É coisa rará
Subindo a velha Augusta, trôpego
A pergunta que faço
Porque não eu em vez de ti

Saio por aí
Eu e o Jack
Jack Daniels
A noite sempre finda
Pela marginal de todas as vidas
O vento não suaviza
Muito menos o raiar do dia

Saio por aí
Juntando os cacos
Tentando recompor os dias que marcam
Banhado em lágrimas
A saudade faz a tristeza
Sair da minha triste alma

Saio por aí
Sonhando com dias de paz
Uma trégua
Enquanto cantarolo
O Roberto, não mais embriagado
 

"Você meu amigo de fé/ meu irmão camarada....

Josh


 

quinta-feira, outubro 25, 2012

Angel




Não existem ganhos
Há sempre uma corda que bamba
E mentiras nos sonhos
Ébrio, pelo meio fio tomba

Não existem portos
Que atraquem essa dor
A deriva, pensamentos tortos
Crescem em mim sem o seu amor

Não existem espelhos
Que mintam e mostrem o que não sou
As horas, os dias velhos
Na hora do Adeus, um trago me consolou

Não existem verdades
O que olhos dizem vão além 
Me sinto livre, liberdade
Sábado dos anjos, "vem"

Josh












 

terça-feira, outubro 23, 2012

Um país se faz com homens e livros






-Tire a roupa que vou lhe usa!

-Mato memo, lavei minha onra!
-Sinhazinha, botou um par de chifre neu!!! 

- Cê tá querendo mi infrentar seu juiz!?
- Aqui em Ilhéus eu sou a lei, coronel Ramiro Bastos!!!

Enquanto isso em um Brasil não muito distante...."Vossa excelência" homens de "TOGA PRETA" julgam os coronéis poliglotas do século XXI, coronéis 'esses' sem o sotaque arrastado regional daquele "Brasil", imortalizado  em "GABRIELA"


Este ano foi comemorado o centenário de um dos grandes escritores brasileiro, "Jorge Amado". É pitoresco que no Brasil os "grandes", sejam eles na arte, nas letras, e na música, isto é, a grandiosidade da sua obra, só é reconhecida depois que o autor morre.
 "Tom Zé", um grande ícone da nossa música ficou anos no ostracismo e só passou a ser ouvido e reconhecido quando o lendário "Devid Byrne" do "Talking Heads" começou divulgar sua obra mundo afora. Foi preciso que um estrangeiro atesta-se a poesia psicodélica de Tom, para que as pessoas o valorizassem.
"Salvo excessões", os grandes artistas não tem o valor e o respeito que merecem enquanto vivos.  Como grandes difusores da nossa cultura, pensamentos são difundidos através da sua arte, trabalham e desenvolvem as pessoas na sua formação mais comprexa: para vida!!!
Será bem vindo toda e qualquer forma de homenagem, pois através desses gestos novas gerações passam a conhecer a grandiosidade da nossa música, literatura, pintura et ceterá.
Hoje muito do que o jovem aprende acaba tendo pouca ou nenhuma interferência dos pais, as grandes mídias ditam e interferem nessa formação.
E se os pais não estão atentos para filtrar toda essa "informação" que é vomitada em cima dos nossos jovens, cada vez mais àquele passado ditatorial, violento, ignorante, de miséria, fome e preconceito, continuará fincando sua bandeira de terror nessa grande nação, lotando as celas das prisões e colocando no poder pessoas despreparadas ou até preparadas, mas sem o adjetivo que molda todo grande e qualquer cidadão: o caráter. 
Sem esse adjetivo essas pessoas colocadas no poder democraticamente, se tornam em um  presente não muito distante o mal, que deve ser cortado pela raiz. São eles engravatados do colarinho branco!!!
E os seus crimes não recebem àqueles nomes feios, perjorativos dados a ralé e sim nomes pomposos dados somentes a grandes autarquias: PECULATO, CONCUSÃO, CORRUPÇÃO ATIVA, PREVARICAÇÃO ET CETERÁ... tendo como principal função: saquear a PÁTRIA AMADA BRASIL!!! 
 
Josh



 

segunda-feira, outubro 22, 2012

A Ilha de Deus




Os teus olhos tristes são um pecado
Também um presságio

Deixe-as parti como às águas da chuva para os mares sem fim
Seu rosto uma beleza que cala, com o tempo resvala
Correndo furtivamente para bem longe de mim

 
A surrada Fender com a corda quebrada
As fotografias
Nem acredito!....."Amor é um cão dos diabos" o velho Buk
Discos
Até o Louis que ela imitava

Abandonados....
 
O pequeno Jack esparramado olha contemplando a rua,
parece esperar...


Já me conformei...há sempre uma boa garrafa de tinto
Para acalentar a tempestade dentro de mim


Josh



  








 

domingo, outubro 21, 2012

SEM DESTINO



Passo as noites em claro
Queria muito ter a sua voz para suavizar
Um sono deveras lânguido

Minto 

Um sono profundo
Que deixasse sonhar

No entanto tenho um copo quase vazio
Do doce amargo veneno 
Que o senhor Dráuzio insiste em odiar 
Há também a luz do velho abajur
Um azul neon, que me deixa imaginar 
Tenho ainda a melodia delirante do velho e querido rock star

Não sei se devo ficar
Ou se ouço as vozes querendo duelar

Vá, vá...
Não vá.... para onde o seu destino quer te levar

A paz não vem com o vento
Finjo que deixo a alegria entrar


Fecho os olhos
O último som
fúria
Escuro
Tudo muito escuro 

Um bico tímido de luz no finalzinho faz enxergar
O seu lábio só agora parece sussurrar

Hoje está chuvendo no paraíso

Josh
 

sexta-feira, outubro 19, 2012

O corvo




              Quero me vingar
Na hora do soco tantas vezes esquivei
Tudo que fiz de nada vai adiantar
Falços amores, mesmo em dúvida aceitei

Livre revoada do corvo escurece
Felicidades ceifadas
As nuvens vindas do sul enaltece
Nos rostos dos anjos lágrima caladas

Nunca mais volta
Os dias que seguem pela via expressa

A garoa ácida indo madrugada alta
Pensamentos inimigos caminham sem pressa

Começo, choro alegre sem fim
Os primeiros passos de uma incógnita, pulsa
Terminou sem aviso, choro molhado enfim
O último passo de uma vida, repulsa.....



Josh

quarta-feira, outubro 17, 2012

IN MEMORIAN

Rômulo tinha uma mania inusitada de comemorar o seu aniversário, assim quando ele fez trinta e sete anos estendeu uma faixa gigante que dizia: "Hoje eu faço 12.960 dias de vida", todo ano era mesma coisa. As pessoas, os amigos e seus entes estavam mais do que acostumado com a sua mania. Dizia ele que era uma forma de se sentir mais vivo e de agradecer por cada dia, de que não existia apenas algumas datas que fossem mais importante em sua vida e sim todo santo e qualquer dia.
Rômulo tinha até uma grande meta, que era chegar aos trinta e oito mil oitocentos e oitenta dias, o que daria se a conta estivesse certa aproximadamente 100 anos.

Para os entendidos daria na mesma...., mas, Rômulo dizia: - Oiá a diferença, trinta e sete, pá doze mil, é muita coisa né gente!? -Eu quero é viver uns trinta mil dias! dizia....

Os números na vidas da pessoas de certa forma, tem tanta ou mais mais importância quanto o próprio alfabeto, é número de identidade, os três dígitos da sua conta bancaria, quantas mulheres você já comeu na vida, até o recruta ficou famoso pelo  número e não pelo nome: "Pede pra sai 06!!!".....

Mais hoje e cada vez mais, os dias nas vidas das pessoas atribuladas não são "contados", são atropelados, passam despercebidos porque elas estão sempre ligadas e antenadas a outra sintonia: O deus capitalista, faz com que você corra, corra e corra para chegar sempre na frente e alcançar o mesmo sucesso dos seus pares ou ter ainda muito mais sucesso e ser muito melhor do que o outro. Seguindo naquela pressa infíndavel, programando metas, sonhos e desejos,
esquecendo dos dias em si, de que o "contrato ou a validade do que chamamos de vida pode está bem perto do fim.
 
Não que devemos ficar como dizia Raulzito: "Sentado no quarto de um apartamento/ com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar". O real significado da vida pode e deve ter várias denotações, conotações, vários entendimentos, várias citações, mas  nunca me pareceu tão enfático e tão real do que esse: "Viva cada dia, cada minuto, cada momento como se fosse o último".

Àquela pessoa que você as vezes despreza, não liga e não se importa. À hora é essa...
Os vizinhos,...você passa carrancudo e nem se quer olha, cadê a conversa: - Éh!!!! a galinhada perdeu de quatro!!!, o bom dia!? À hora é essa...
O conselho dos pais, cheio de razão você fingi que ouve, À hora é essa....
Eu queria dizer, eu queria, é... queria...., eu, eu, eu queria dizer que te amo....à hora é essa!!!!
O sorriso para os filho, a únião com a família, é sempre bom ter bons amigo. À hora é essa....


Josh




 

terça-feira, outubro 16, 2012

Esperando por um pouquinho de atenção




Um grande poeta em uma de suas letras dizia: "O mal do século é solidão".
Essa solidão não caminha sozinha: vem de braços dados com um tipo de carência cada vez mais difundido entre as pessoas. Eu, tu, ele(a), e vós estareis esperando por um pouquinho de "atenção". Querem? queremos ser notados!!!

Não basta mais: o aconchego do lar, o almoço de domingo com a família, àquela prima doce que à muito você não via, a presença constante do cão, o carinho e a preocupação dos pais, o sorriso na fato carcomida pelos dias que seguem, a pilha de livros lidos esquecidos com o peso do pó, das ligações sem fim da namoradinha; dos amigos que vem e vão.

Hoje com o advento das grandes mídias, em especial as redes sociais, milhões de pessoas buscam nessas ferramentas um aliado "pseudo" para alimentar seus egos.

É uma"postagem" atrás da outra, verdadeiros álbuns das futilidades da grande família brasileira.
Todos querendo ser visto, ouvido, comentado e admirado entre os amigos da comunidade e não importando se são treze membros, ou dois mil membros. 
As redes sociais para grande maioria virou mero entretenimento, isto é, "uma caixinha de bobo" igual as redes de TV.
 
Havemos de convir que para toda regra existem excessões, e quando as pessoas começarem a ter a consciência do verdadeiro poder que elas tem nas mãos, que é a liberdade de ouvir e ser ouvidas do Aipoc a Caculé do Rocha, de Sertãozinho a Paris: irão sim! alimentar seus egos, irão sim! buscar por um minuto de atenção, irão sim! postar àquela fotinha e fazer àquele comentário fofo, irão sim! nas madrugadas preencher essa tal solidão, mas jamais esquecer de aliar a tudo isso de forma sábia usando a inteligência que cada um tem, pois já é janeiro e outras "primaveras" virão......


Josh

 

segunda-feira, outubro 15, 2012

I PUT A SPEEL ON YOU




As paredes estão tomadas por um tipo de câncer, que não mata
Mas, as deixam com uma cara feia
A vitrola desligada, a cada minuto é tomada por um tipo de vida
Que também se espalha pela casa, pelos cantos tomando conta, como uma praga visível

Tento dar continuidade, interrompi àquele poema da página 63

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

O rosto que imagino, some...espelindo pelo ar, como fumaça
O meu presente agora....é pretérito

 JOSH







 

terça-feira, setembro 25, 2012

Eu tive um sonho



Sonhamos dormindo.
Sonhamos acordado.

Tinhamos um sonho.
Que nasceu pequenininho.
Ele cresceu, e agora alimenta os seus próprios sonhos.
Diziam que ele era um sonhador, mas quem não é!?

Se vivessemos duzentos anos, ainda assim estariamos com um certo olhar petrificado para o passado,
e continuariamos a alimentar outros e novos sonhos.

Uns partem cedo, cedo demais.

Os sonhos morrem?
Não! Eles são doados e até emprestados à àqueles que acreditavam e amavam um certo guerreiro sonhador em seu cavalo de aço.
O sonho que antes era de um....se multiplica.

A sua vida que partiu, continua agora cada vez mais viva: Na semente que plantaste, nos sonhos que ficastes, nas coisas boas que deixastes,

no olhar, na alegria, na força, na coragem e no seu sorriso que nos dias tristes como num imenso campo florido, vem e nos invade. Enchendo de conforto e nos dando muitas esperanças.

Pois a vida para os que ficam, ainda assim.....insiste e segue, rápido como um trem Bala, ou na vagareza da velha Maria Fumaça. 

Josh




 

quarta-feira, setembro 19, 2012



Custo acreditar
Júlinha, bela pequena
Sem a voz paterna
Que para sempre vai-se calar

Custo acreditar
Não é mão Divina
É maldade humana
Veja, o nosso egoísmo
Não vai se contentar
Com as lembranças que apenas vão ficar

Custo acreditar
Que o velho 
E todos na Vila, esperavam você voltar
Que o sábado estava lindo
Que as ondas se formavam sem se importar
Que por alguns segundos
A foto tirada
Um trago da doce cataia
O guerreiro venceria
Continuaria a galopar

Custo acreditar
Que virá outros verões
E pelos mesmos infortúnios
Continuaremos a passar

Custo acreditar
Essa vida passageira
A morte traiçoeira
Covardemente
Estará sempre a doelar

Ela chegou assim de mancinho
Tão cedo

Os caminhos agora são de paz
O guerreiro em seu cavalo de aço
Pelo infinito
Na memória 
Nos corações
Para sempre vai estar

Josh

sábado, julho 28, 2012

Back Home

Noite passada intorpeci
Felicidade placebo
Dessa ressaca nostálgica
Saudades de casa

Josh


quinta-feira, julho 26, 2012

Já passaram muitos janeiros





Já se passaram muitos janeiros
O céu
E o medo, não envelhecem com o tempo
Nas caravelas, terra a vistaaa!
Júlio César é apenas um nome, assim como Judas ao Léu....
Pobres iludidos por almas com cara de cordeiro
Este presente, é o passado refletido no espelho

O cogumelo gigante brotou na terra do sol nascente
Antes de Cristo, Depois de Cristo
A Cruz?não!? a suástica dizimou milhões lentamente
Como testemunha um cadáver na lama, eu insisto....

Já é primavera
A multidão na praça é massacrada como réu
O ditador foge pelo deserto sobre duas corcovas, lento
Bandeiras são queimadas e em seus lugares burcas são hasteadas

Julho 
3D, balas de festim
E o horror é glamurisado com efeitos especiais
Os heróis mascarados yankees 
São o orgulho da América e do mundo

Na vida real
Os vilões e o terror parecem ter saídos da grande tela
Transformando o dia a dia das pessoas 
Num grande trailer de terror real, parecidos com o cinema trash
Ou será o contrário!?


Josh











terça-feira, julho 24, 2012

The Old Blues




A ponte
Tem dias que parece fria e solitária
A ponte que separa a Ilha das ruas de pedras, das casinhas carcomidas pelo tempo
e suas igrejas feitas iguais a velhos faróis ao alcance de olhares etílicos e tão enigmáticos
A ponte que separa a Ilha do resto do continente

Ficou para trás
Ficou para trás

Sentado no banco traseiro do fiat cinza 147, ano 80
O vento com liberdade roça a copa das árvores
Acaricia também os seus cabelos revoltos
Seus olhos passeiam pelas ruas de areia com a mesma velocidade
Do abre e fecha de suas pupilas já desgastadas

Ficou para trás
Ficou para trás

New Orleans
Chicago dos anos 70 
O blues e seus anos de ouro

Na sua voz rouca versos em inglês
Babel
Ilusões perdidas em português

Mas, ele tem um violão
E uma gaita mágica na mão
Que traduz
O verdadeira espírito
Do grande Blues man

Ficou para trás
Ficou para trás

Perdido entre montanhas
Tão longe de Sampa
Por algum momento
Ela se sente
Na Chicago dos anos 70
New Orleans
The Old Blues

Senhoras e senhores
Com vocês
Rip Lee Pryor




Josh






quinta-feira, julho 12, 2012

Um conto de Rock




Aos treze, ele ouvia no pequeno rádinho de pilha, "Sereníssima", vivia fazendo confusão com o tal cantor da banda. Aqueles mesmos três acordes que compunham e fazia parte de qualquer canção de uma banda de Rock de garagem, foi a sua iniciação.
Com o pai pela feira de terça, saia frenéticamente garimpando de banca em banca as fitinhas cassetes.
Queen, Ramones, Beatles, Raul, Legião,  e Ira. Chegava em casa, apertava o play. O volume no último, da cozinha a mãe gritava: - Abaixa esse rádio!
Abaixava só um pouquinho, deitado na cama ele olhava, olhava  para o teto e sonhava, sonhava com o dia em que pudesse caminhar e ir além da rua dez.
Esse dia chegou.
Caminhando sozinho, ao passar sobre o abacateiro, os pingos gelados de chuva caem sobre sua nuca, dobra a esquina e perto de casa os cães ladram incomodados com os miados dos gatos que brigam. Sobe a escada, pela fresta da porta antes de abri-lá vê uma luz. A chave emperra, dá umas batidas com a mão, entra.
Deitada no chão nua, o abaju ligado, garrafas de bebidas, o cinzeiro cheio de bitucas e um cigarro pela metade ainda aceso, do quarto a música soava baixinho, bateria, baixo, guitarra alta e numa voz roca e triste.
Olha e fica admirando à brancura daquela corpo vivo, seus pelos púbis, seus seios pequenos, e toda à sua pseudo inocência que emanava do seu lindo rosto iluminado pelo bico de luz.
Tenta acordá-la, é inútil. Sente receio em tocar nela, assim.... . É como sentir o amor nos braços pela primeira vez, foi o que ele sentiu e o fez. Colocou sobre a cama e à cobriu.
Um quarto e cozinha americana, ele dormia na sala, o quarto era pequeno cabia uma cama de solteiro e algumas tralhas, dividiam as despesas que era uma das condições imposta por ela. Era pertinho do centro e da janela se avistava a igreja da Consolação,  foi o mais longe de casa que conseguiu chegar.
O seu desejo era ir muito mais além, atravessar o atlântico, assim como Elvis e assim como o Rock décadas após décadas.
É começo de inverno, o relógio desperta, perdeu a hora para o trabalho, são quatorze e vinte e cinco da tarde de uma sexta-feira 13.
Levanta e vai até quarto dela, janela aberta, a cama vazia, sobre o banco apenas um bilhete:
"Nem te vi chegar, estou indo acampar com umas amigas numa Ilha onde vai rolar um festival de Blues, é uma pena que você tenha que trabalhar, pois você iria adorar. Bjs"
Amassa o bilhete, e aos bocejos coloca na vitrola um vinil do Bruce Springsteen. Os raios de sol assim como ele parecem cançados, e timidamente invadem a penumbra e com a música enchem de nostalgia ainda mais aquele lugar carente de amor e vida.


Josh


domingo, julho 01, 2012

Antes não tinha, agora tem







Hospitais, as UBS e as tais AMAS...
Estão mais enfermos 'as' que os próprios doentes
E agora, mais essa!? Doctor, doctor,doctor....
Os residentes estão sem residência, do Aiapoc ao Chuí tudo aos frangalhos...
Dois % e alguma coisa do PIB, é pouco, dizem que seis resolveria "o pobrema"

Nos corredores gélidos
Com suas paredes brancas pálidas
Os filhos da PÁTRIA

"Antes não tinha, agora tem!"

Mais dinheiro....
Para o bolso do Polvo com seus tentáculos, PL, PSDB, DEM, PT, PMDB, PTB............et cétera
Em trabalho de parto no Libanês
Foi cesárea, e eis o filho bastardo: PARTIDO SOCIALISTA DEMOCRÁTICO
A,B,C,D,E,F,G,.......L, M....Maluf !!!???...é quase o alfabeto inteiro de articulações
Vem aí, mais um ano de eleições

E viva a DEMOCRACIA!

"Antes não tinha, agora tem!"


Josh

quarta-feira, maio 30, 2012

Isadora




O olhar perdido na rua....
-Bêbado de merda, seu bêbado filho da puta! Ela repete e chora ao mesmo tempo.
Subindo pela Treze, uma mulher cruza à rua de um lado ao outro, jogando garrafa e blasfemando essas lindas palavras contra sabe-se lá quem.
Ele volta para dentro de si.... morto em pensamentos fraguimentados, olha para todas as direções como se estivesse à procura de algo, no fundo do bar percebe uma escada grande que se perde de vista, no final dessa escada algumas garotas e rapazes conversavam, casais juntos abraçados dançavam, a luz cegante parecia querer adormecê-lo, como num sonho...luzes, vozes, imagens, sons...iam e voltavam....
Pensou .... - A música...., mas que música?

As pessoas dançando.
- Parecem um bando de loucos eu não ouço a música.
Continuava ainda naquelas viagens...piscodélicas.
A cabeça sobre o balcão, os olhos serrados quase que fechando, avistou: ela, vinha e parecia viva, de degrau em degrau, hora ofuscada pela luz, hora sumia na escuridão, cambaleava e aos tropeços subia a escada, em uma das mãos uma garrafa de Jack, segurava onde fosse possível, nas garotas e cada vez mais perto....perto.

Ele acorda...... e começa a ri.
- Há, há, há....

Uma gargalhada intensa, as pessoas em volta olham sem entender.
As palavras saem tropegas: - Mano que porra eu tomei, viagem louca do caralho!!!!
As garotas riem, alguns balançam o dedo sobre a cabeça.
Enquanto isso...aos pouco vai voltando a si:

- Música, a música....ESTÁTUAS E COFRES/ E PAREDES PINTADAS/ NINGUÉM SABE O QUE ACONTECEU/ ELA SE JOGOU DA JANELA DO QUINTO ANDAR/ NADA É FÁCIL DE ENTENDER/ DORME AGORA:/ É SÓ VENTO LÁ FORA.... 

Ele houve, é a mesma canção que trilhava a imagem, que em seu sonho criava vida, subindo as escadas com uma garrafa de Jack daniels nas mãos. 
A vertigem da mulher no seu sonho some, a trilha sonora sureal, é real e passeia por todos os cantos do boteco empoeirado com seus bêbados errantes.

Faz uma cara nostalgica e se agarra em lembranças, volta à 1995, Ilha do mel.  As barracas armadas, a fogueira criando brasa, em volta, amigos e muita bebida, quase todos embriagados entoavam canções embalada por um velho sete cordas.
Na sua frente.... Isa, de Isadora mordia os lábios mexendo e olhava maliciosamente, ele se queimava por dentro mais que o fogo.... cheio de vontade de agarrar Isa.

Alguém se manifesta.
- Pô...cansei, alguém quer tocar?
-Eu vou, não.... pode deixar!
Ele aceita.
Um coro de vozes.....-Toca Raulllll!
O baseado, a garrafa de malbec passa de mãos em mãos.
Ele senta coladinho da Isadora. E ela fala baixinho no seu ouvido:
- Se você tocar a minha música, você vai ganhar um presentinho....
Ele ri....e com sua pose de trovador solitário dedilha o violão.... e pensa: - O presentinho da doce Isadora está nas mãos.....

Sente a água do mar gelado roçar seu pé, ao seu lado Isi, boceja e ri olhando o nascer do sol.




Josh










Eva



Ela desceu a rua com uma amiga, ele havia reconhecido por causa do cabelo loiro e longo.
Eva, é como ele à conhecia.
- Eu quero, oi, oi! duas coxinhas, é....do que que é a coxinha?
- Há, há, há, há...caralho Eva, você tá de tiração!
- Coxinha, coxinha! não sendo polícia só pode ser de carne de frango, né, porra!?
- Filha da puta! se meu tio ouve uma merda dessa...eu nem queria está por perto.
Falou baixinho Edu.
O tio do Edu era da PM, nove anos de serviço prestado e num pequeno deslize seu, foi expulso da corporação, mas, atuava no seu cotidiano como se ainda estivesse nela. Fazia bico em uma boate no baixo Algusta, era conhecido por todos como Caveirão, o seu jeito truculento e agressivo quando colocava pra fora do puteiro os arruaceiros e os punheteiros que pegava no banheiro.
Caveirão tinha um tipo atlético, alto, olhos verdes, com às garotas ele encarnava o tipo Dom Ruan, fala suave, às vezes gestos delicados um certo charme e um pouco de cultura aprendidos nos livros e principalmente com à vida.
As meninas eram o forte da casa, e como davam lucro! Belas, corpos voluptosos, algumas foram até capas de revistas. O tio do Edu tinha uma grande queda por uma das meninas, Eva, simplesmente Eva.
Eva é o seu nome artistíco usado nas noites de orgia, um metro e setenta e dois de puro prazer. o seu número de strip no ferro ao som de um blues.... VOCÊ NUNCA VAROU/ A DUVIVIER ÀS CINCO/ NEM LEVOU UM SUSTO/ SAINDO DO VAL IMPROVISO/ ERA QUASE MEIO-DIA/ DO LADO ESCURO DA VIDA/ NUNCA VIU LOU REED.......ia abaixo, ou melhor dizendo: ia acima àquela coisa que todo homem tem nos países baixos. Caveirão se postava, às vezes sentava e pedia uma dose dupla do melhor uísque, parecia um cliente quando ouvia o começo do blues que encarnava à sua nerfetite, abandonava o seu posto e nesse momento ele se sentia como se fosse o dono do estabelecimento, e aí de alguém se vinhesse reprimi-lo, pois tamanha era sua moral junto aos donos do "Héden".


Josh













terça-feira, maio 29, 2012




"Meus heróis morreram de overdose", assim diz a letra de um grande letrista do rock nacional.
E eles continuam morrendo, dos tragos amargos, o mal do século é solidão, do estrelato que sobe, sobe e explode numa via lactea!!! O que não morre são seus versos, a voz roca, a voz inconfundível, triste e renitente, alegre e infinita.
Tributo, quantos foram feitos depois que uma das maiores bandas do mundo chegou ao "game ouver"??? Os besouros voltaram, tiveram um substituto?
Tributo nada mais é do que: manter vivo, matar a saudade, uma saudação aos GRANDES!!!
Os "GRANDES" morrem jovens.... já sua arte resurgi, permanece viva, adormecida e jamais morta.


Josué Matias    

A vizinha




Segurando com as pontas dos dedos, seu peso parece duplicar e a força que faz é descomunal. Um dos pés se apoia em falço o medo o invade e começa a sentir caláfrios, olha a altura e imagina a queda que com certeza deixaria sequelas. Tenta se apoiar mais firmemente com o pé direito, o outro o esquerdo escorrega e ele tenta sem sucesso firmar os dedos, a queda é certeira.
Cai de uma altura de cinco metros, o seu peso na queda se sobrepõem a perna esquerda onde há uma fratura exposta. A dor provoca um gemido seco que se mistura com o eco dos latidos cada vez mais próximo, ele abre os olhos e se depara com dentes amarelados e uma babá viscosa escorrendo daquela boca cheia de fúria. Sente os dentes penetrar no seu braço e ficar fincados como uma punhalada.
Grita e pede por socorro, Seu Raimundo escuta e se depara com a cena. -Sai Fidel!, Fidel, Fidelll!!!!
E nada, o pastor alemão continua ali....como se dissese: -vou dar um corretivo no invasor.
Seu Raimundo corre e liga a mangueira, começa a esguichar em cima do Fidel e só assim consegue acalmar o pastor.
-Vizinho, vizinho!
-Oi,
-Tudo bem? Desculpa te atrapalhar.
- Não, sem problema eu dei pause....
- Eu estava vendo daqui, é um filme mudo?
-Nossa, como você consegue ver daí...?
-Há, nem está tão longe assim.
-É você tem razão, mas é feio ficar bisbilhotando os outros!?
-Vai dizer que você as vezes também não dá uma olhadinha.
-É....
Ele ri.
-Voltando a sua pergunta, é mudo e foi filmado em 1926 é um filme do expressionismo alemão.
-E fala sobre o quê?
-É baseado em uma grande obra de um escritor alemão "Gothe", onde um ancião "Fausto"que é representado de forma geral como sendo o próprio povo é colocado a prova pelo diabo "Mefistófoles".
O diabo numa discursão acalorada com um anjo diz ser dono de todo o mundo, o anjo diz que não. No meio desses insultos e afirmações, Mefistófoles propõem ao anjo uma aposta, que se ele conseguisse enganar Fausto a terra seria sua. E Fausto que era um homem temente a doutrina e a Deus aos poucos é corrompido.
As doenças a peste e a fome vai dizimando todo o seu vilareijo, ele clama por uma ajuda divina que não vem e a sua saída em um momento de fraqueza acaba sendo se filiar ao mal.
-Nossa.... dá até medo!
-É apenas um filme, e que por ser um filme vai além do seu papel, que para muitos é mero entretenimento.
-E o final é arrebatador.
-Se você quiser eu te empresto.
-Não!eu não gosto desses filmes, posso ter pesadelo.
-Tudo bem, mas e aí o que você quer com o seu vizinho?
-É..que o meu chuveiro não está esquentado, será que você poderia dar uma olhadinha?
-Bom....eu não sou muito bom nisso, mais posso tentar.
-Sobe aqui!
Ele pula o muro, intrigado e desconfiado que outros vizinhos pudecem vê-lo, se tivesse que entrar pela frente da casa.
-Entra, não repare a bagunça.
-Não, magina...você já olhou a chave geral?
Ele pergunta e ela que responde quase gritando de dentro do quarto.
-Não! olha para mim enquanto eu acho um alicate.
Vai até o quadro geral que fica no corredor, abre a caixa e testa os dijuntores. Aparentemente vê tudo normal, volta para o banheiro e nada dela aparecer.
Dez minutos se passaram, ela começa a chamá-lo. -Vem aqui, me ajuda com essa caixa!
Ele entra e fica pasmo: Ela em pé sobre a cama de calçinha vermelha com espartillho, os braços esticados tentando parecer uma simulação para alcançar a caixa, seios fartos à mostra, a brancura do seu corpo e o seu olhar, o seu olhar!?
Uns olhinhos escuros e penetrantes piscavam vivamente, na boca o baton vermelho com um sorriso cínico que dizia quase que parecendo susurrar em seus ouvidos.
-Me ajuuuuuuda!
Ele foi até ela, e ela na mesma posição. Encostou por trás e pegou a bendita caixa, continuou encostado nela sem largar a caixa. Ela toma a caixa da mão dele e se vira largando a caixa.
Aquele momento de extase é interrompido por um barulho vem de fora. O portão se abre o barulho do carro, ela sai e vai olhar pelo vitrô da cozinha, volta desesperada. -É meu namorado!
-O que eu faço!? se esconde.
-Onde?
-Aí não, não!
Ele pula a janela, desesperado se segura como pode....
Ela fecha a janela.
-Oi amor, chegou cedo!? -parece que eu estava adivinhando....
-Gostou?
Nossa, esse espartilho, uhhhhhh!!! gostosa, você tá linda!

Josh