terça-feira, novembro 06, 2012

QUAL É A MÚSICA




Um dia de sol, em um desses lares de esquina, os copos cheios, os risos nas faces, vozes que ultrapassam o som dos carros, garçons perdidos iguais carrinhos de bate-bate, a musiquinha ambiente que sai das duas caixinhas empoeiradas cravada na parede do lado de fora, a letra da canção hipnotizava os viciados corações, e em uma das mesas ela.  Ele prostrado no balcão, e já no segundo drink, analizava as possibilidades de te-lá nos braços.
Tudo que sabia a respeito dela era pouco, mas o bastante e que para muitos caras da sua idade seria o principal. Ela é linda, aquele tipo de beleza que nocauteia todo e qualquer coração inválido.
Estatura mediana, olhos escuros, branca, cabelos longos, estava com um vestido que contemplava bem as suas curvas.

Parecia esperar alguém, uma garota assim não se dá o desfrute de ser só, de estar só, a beleza de uma mulher não precisa único e exclusivamente de um espelho que se quebra, e sim de espelhos que há vêem além dessa beleza que se desfaz com o tempo: pensava ele.

Por quase uma hora ficou assim: pensando... olhava disfarçadamente para ela, chamava o garçom, pedia mais um.... já era a terceira dose de vodca. Ela continuava ali firme, com sua beleza, seu charme, sua aparente delicadeza e a soma de tudo isso brindava e desencorajava os havidos de paixão a tentar uma aproximação.
Mas, não o nosso amigo que já estava na quarta e sorrateira dose, foi daí que veio a inspontânea coragem.

- Oi
Ele assim sem pensar o que dizer, ali parado na sua frente e ficou por alguns segundos.
- Oi, você vem sempre aqui?
Ela começou a rir, ele sem geito, ela rindo, e foi então que ela disse:
- Oi..... senta aí!
- Desculpa eu não aguentei, é que eu lembrei das minhas amigas de quando uma vez nos reunimos e ficamos conversando sobre cantadas, e escolhemos a top das cantadas e foi justamente essa: Você vem sempre aqui. Eu falava para elas que ninguém nunca tinha chegado assim em mim, e elas diziam: a sua hora vai chegar Bel, e chegou!

- É o seu nome?
- É eu me chamo Anabel.
-  Anabel, é que.....eu fiquei paralisado, perdido, sem saber o que dizer e acabou saindo essa pérola, mas e você já está um tempão aqui, você espera alguém?
- Não, vinha descendo rua, e essa tarde de sol linda acabou propiciando esse meu encontro com o bar e consequentemente com você.

Ele depois de ouvir as últimas três palavras, ri descaradamente e pensa olhando nos seus olhos: mais tarde eu adoraria ter, você bem pertinho de mim, quem sabe lá em casa me olhando assim....

E vez o outra ele se perde dentro de si, encantado com toda  "LA BELLE DE JOUR", segundos como um piscar de olhos observa as duas caixinhas empoeiradas que solta um novo e velho rit do rock a cada momento.

Continuavam a conversar, agora risos acalorados, como se ambos fossem próximos, talvez íntimos.

- Vamos lá para casa? Eu moro aqui perto.
Disse ela.
Saíram então, ela mora num prédio de esquina, subiram pelas escadas, pois sua quitinete  ficava no segundo andar, entram e a primeira coisa que ela fez foi abrir uma garrafa de vinho e ligar o rádio.
Pois o CD e colocou na sétima música, e diz sussurrando no seu ouvido: - momentos felizes as vezes merecem uma trilha triste, a gente se olha no olho e assim quem sabe consigamos enchergar nossas almas despidas.

E ela..... começa...... a despir-se, acompanhada pelos versos cantado da bela triste canção, pela luz fosca do abajur, e pelos olhos fixo dele vidrados no corpo dela.

"Dois Fantasma"


Josh













 

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