sexta-feira, dezembro 17, 2010

EFÊMERO

Corre por labirintos e ruas numa frenesi
Seu porto seguro, coração
Pétalas caem, murcham assim
Destino
Deus
O efêmero na beleza das rosas
Há sangue
Nas mãos inimigas
No sorriso de vidro
Na cidade de arranha céu
Não aceitam, custam a aceitar
Que o efêmero das coisas
Sempre esteve sobre nós

                                                                              Josh

O SILÊNCIO DOS INOCENTES

Com um top bem justinho, o formato dos seus seios, o biquinho dos seus seios, instigavam
e permeavam o meu obceno imaginário.
Passaram-se dias, semanas e meses até que consegui esquece-lá por completo. Aqui nesse lugar
parecemos animais celados, a rotina, os dias vazios e intermináveis passam vagarosamente.
O único divertimento é quando chega a alta temporada, a praça está cheia viva, os restaurantes,
bares, as esquinas, o pequeno puteiro na entrada da cidade, sotaques, rostos, corpos e olhares
cheios de alegria, vindos sabe-se lá de onde.
Vivo num estado bipolar, isso aqui é um suicídio diário é como se fosse uma tortura, se morre
aos poucos e dolorosamente.
Tomada pelo câncer e por um amarelo longe de ser um amarelo manga, nas paredes pendiam-se
fotos de modelos, atrizes e rotos desconhecidos com seus corpos em um nú artístico. Quanta vida se misturava em meio aquele amarelo, pálido, cinzento, mofado e cheio de fungos.
Existia muita vida ali, vida invisível, visívil apenas no microscópio que ornamentava o recinto.
- Oi
- Olá
- Desculpa a minha cara pau, eu não te conheço, mas é, é que...é a segunda vez que  á vejo aqui e
não sei se você chegou a reparar......, eu, é....eu te acho linda!
- Nossa! tudo isso só para....desculpa! você me deixou sem graça.
- Obrigada pelo elogio.
- Tá, de nada.
- Como você se chama?
- Annik
- E você?
- Jack
- Você quer tomar algo?
- Obrigada, eu já estou tomando...
- E você pede alguma coisa, eu posso sugeri?
- Sim, por favor.
Entre um drink e outro de martini, ficamos por um tempo conversando, o seus olhos negros cheio de mistério
fazia mais efeito sobre mim  do que a própria bebida.
Peguntei sobre o tempo em que ela esteve ausente, disse-me que o pai esteve doente em uma outra cidade e que não foi nada grave. A noite cada vez mais caia sobre nós, saimos, ela esbarrou entre uma mesa e outra e seguimos pela rua de pedra com suas esquinas tomadas por uma luz cega.
Paramos num ponto desses onde a claridade se escondia, nos olhamos como se estivessemos comendo um ao outro, um beijo, entre carícias e muito aperto senti o seu pulsar.
As paredes são brancas, uma sala com uma mesa enorme talvez sete ou doze cadeiras, uma pintura a óleo " uma família em maltrapilhos, esqueléticos em meio ao lixo", uma escultura em bronze de " Dom quixote e seu fiel escudeiro e duas estantes cheias de livro.
Enquanto preparava os drinks, o silêncio é cortado por uma música um tanto quanto triste " Corta o meu barato nas noites de ferro
Corta minha doze em tiras de metal
Bêbe o sangue do pulso dos meninos
Gilete na bolsa das putas",
Ela vem até mim, eu absorto com os dois copos na mão o meu cérebro para por alguns segundos, e um pensamento surge " Por quê a beleza te escolheu?".
Nua, nua...me beijou e foi descendo o seu rosto e ao mesmo tempo ia tirando minha roupa, camisa, cinto, desceu minha calça e como se estivesse acariciando o seu bichinho de pelúcia, abocanhou mostrando todo o seu lado mau.
Boca , dedos, pelos e unhas, sentia a foça do seu pudendo num sexo cheio de selvageria e paz.
A luz que entrava pela fresta mostrava no ar no seu pequeno espaçamento milhares particulas de poeira. Parado em pé com os olhos fixos, o seu silêncio pús-me a contemplar.
A passos lentos de pluma fui até a cozinha, revirei o armário, abri portas e gavetas até que encontrei. Voltei ao quarto e por mais um instante fiquei a observar, ela abriu os olhos e sorriu e eu continuei parado, até que,
eu com as mãos escondidas sobre a minha costa deixei-ás visíveis, ela arregalou os olhos sem entender a minha reação ela colocou as mãos em posição de defesa .......foram uma, duas, três....enquanto ela defendia e arregalava os olhos quase sem vida eu à golpeava com uma faca ..... e continuava a contar ...... quatro, cinco ..... nove, dez .... doze e treze.

                                              fim 

Josh