quinta-feira, maio 20, 2010

É treze


Cansaço?..... é à alma, observo as pessoas e suas vidas, com seus sonhos comprados em um crediário.
À paisagem quase sempre é de uma felicidade mendigada.
No sorriso da moça, na tristeza do olhar do moleque de rua que segue seu caminho.
Desse céu que de azul agora é outro.
Eu vejo tudo cinza!
Fecho os olhos, tento viajar, quem sabe tentar me redimir....o ronco dos motores, as buzinas, cirenes e as vozes. Ao menos eu tento...em vão, eu me arrasto!!!
Lá se vão....os minutos, meses e às estações. O relógio desperta,  são 9:30, eu escarro no ralo, lavo o rosto, bom dia e boa noite.
Eu te amei! Eu te amo vida! Eu te odeio! Eu me odeio! 
Sexo, mentiras e verdades nuncas ditas, abistinência, eu bebo o sangue de Cristo, parabéns, mais um ano e trinta e dois anjos me salvaram outra vez, os livros pelo chão, os vinis empoeirados, os filhos que eu não tenho, família, casa, trabalho, o meu pensar é livre!!!! amigos, drogas, loucura, álcool , escola, professorinha você é um encanto!!!
Gosto do gosto amargo, céu, inferno, Deus e o diabo, fuga não fuja, meu coração se parte, se quebra, é sangue, é lágrima, um grito seco levanta à poeira da rua de terra, uma palavra, tiro certeiro, faca, navalha, corta machuca invade à muralha da minha triste alma.


Josh

quinta-feira, maio 06, 2010

Eu sinto tanto



Essa saudade
Tentei atracar bem longe daqui
De tarde ouço Morrissey 
E pelo pier
Um mar revolto
Trás de volta
Pra juntinho de mim

Saudade
Sai de mim
Caminho pela praia
Avisto o horizonte
Aperto o passo
Engraçado
Cada vez mais
Longe
Distante de mim

Eu vou tentar dormir
A porta
Para os meus sonhos
Eu não vou abrir

Eu quero acordar
E amanhã pela manhã
Sem o desejo
Daquele pseudo amor
De tudo que faz da vida
Um trapézio
Do amargo
Dos goles sem fim
JB
Das noites decadentes
Tristeza e vodka barata 

Eu quero acordar
Amanhã pela manhã
Eu vou tentar sorrir
Sorrir pra mim

Josh

domingo, maio 02, 2010



Domingo acordei tarde, é um dia em que eu gosto de acorda cedo para tentar aproveitar o máximo, mas em se tratando de um botequeiro e suas noites intermináveis é difícil de isso ser concretizado.
Sai arrastado da cama, lavei o rosto e para compensar todo o meu esforço somente um café amargo.
Dei uma folheada no jornal forçadamente, "Leila Pinheiro no sesc Pompéia, repertório canções do Renato Russo e Legião Urbana". Seria um bom programa para o meu domingo, à tarde já ia tarde tomei um banho e almoçei. Sair e fiz aquela viagem até o sesc Pompéia.
Casa cheia, na platéia os anos idos é que se mostrava em maior quantidade, em se tratando de uma banda cujo seus seguidores sempre forá de adolencentes e rebeldes sem causas. Hoje esses mesmos adolecentes já estão bem grandinhos, muitos até com filhos que aos poucos vão descobrindo as letras e os hinos de uma "geração coca-cola".
A Leila estava linda, com sua banda formada por quatro músicos bem afinados com guitarra, violão, baixo e teclado, entoavam canções conhecidas de cor por mim, dos dois lados do pauco eram jogadas projeções em preto e branco.
Os acordes, arranjos das músicas totalmente repaginados, tanto que de imediato não dava para saber qual era à música, rifs de guitarra e uma pegada bem rock"and"roll em algumas músicas e não faltaram os clássicos: Eduardo e Mônica, Pais e filhos, Angra dos reis, Será... e uma canção que o Renato havia feito em parceria com à Leila: "Deixa de lado essa pobreza, De quem insisti em julgar explicar, Não vou poder calar meu coração, E essa saudade que vem de mansinho querendo me avisar, Acho que a gente é que é feliz".....nas projeções imagens dele e dela, à emoção em mim estava cada vez mais à flor da pele.
Lindo Show!!!! valeu muito à pena ter saído de casa, coisa quase sempre rará, pois não é sempre que os meus domingos estão assim ensolarados.

Josh

A violência é tão fascinante



Ontem fui assistir a peça "Música para ninar dinossauro" no espaço Parlapatões. Como eu havia chegado cedo resolvi esperar tomando uma ceva no bar, entre um gole e outro eu obeservava as pessoas e imaginava uma porção de coisas, a trilha sonora do ambiente beatles e outras bandas clássicas me deva um certo prazer e eu continava à minha viagem, viagem está quebrada por um rapaz que com uma lata de cerveja na mão, meio cambaleando e cantarolando uma música bahiana de algum carnaval passado entra no bar.
Numa mesa ao  lado um casal começou a rir da cena, evidente que esse casal era conhecido dele. Entre risadas e alguns comprimentos eles trocam algumas palavras o rapaz sai e se senta em frente ao Espaço, eu com este olhar observador quando não fitava o teto com seus guardas chuvas coloridos pendurados, do outro lado da rua vi mais a cima em um epaço vazio que outrora forá um supermercado, um carro de polícia com seus giroflex ligado se mostrava, "Nos estamos aqui, os homens da lei se precisarem é só chamar".
Continuava a observar, notei que várias pessoas travestidas com roupas num vizual fora do habitual subia e descia pela calçada do Espaço, em grupos ou as vezes sozinhas. Essas pessoas faziam parte de um tipo de ideologia, os "Punk".
Um desses punk se dirigiu ao rapaz, aquele que cantarolava à canção bahiana, conversaram o punk sai e retorna logo em seguida dando continuidade a conversava. Ouço o barulho de um copo se quebrando, o rapaz da canção que estava sentado se levanta esbravejando com uma garrafa na mão querendo ir em direção ao punk.
Comecei a imaginar, vai dar merda!!! O punk sai, não dando importância ao insulto.
Olho em direção ao espaço aqui narrado e não vejo mais o carrinho com seu giroflex ligado.
Uma certa calmaria tomo conta conta do Espaço, à trilha muda agora à rainha do pop ecoa pelo ambiente, passando-se quinze minutos depois da discursão que eu achava que ia da merda, eu
conto um, dois, três  e muitos talvez uns quinzes punks em bando vindo em direção ao rapaz, ele entra no Espaço, à cena a seguir é de destruição: cadeiras sendo jogadas, vidros quebrados à base do coturno, o medo nos rostos, uns se acolhem nos fundos do balcão, eu tento a porta de saída e volto para trás. Os punks começaram a se dispersar, deixando para trás um rastro de destruição e prejuízo, A selvajeria só não foi pior, porque ninguém ousou revidar.
Lá fora um grupo de pessoas se agromera junto com elas o dramaturgo que forá em dias idos, persongem dessa coisa que cresce, se alimenta do descaso do poder público, da socidade, da maioria que fecha os olhos enquanto não for tocada....e quando tocada aceitará pacivamente o bofetão. Ele, o dramarturgo apenas observa....
" Um País se faz com livros e escolas"
As pessoas em desespero começaram a discar 190, quatro cinco talvez sete minutos é o tempo que se passa até a chegada dos carrinhos com seus girofrex ligados.
O rapaz da canção bahiana sai dos fundos e começa a explicar o porque do ocorrido:
-Punk de merda!!!!, onde já se viu....ficou embaçando na minha, me pediu uma moeda e eu disse: que tipo de punk que é você?
-Punk não pede moedinha, segue o seu caminho!!!!
-Ele não gostou e chamou à tropa.
Já estava quase na hora da peça começar, as garçonetes começaram a limpar e a arrumar à bagunça. Em poucos minutos tudo se encontrava como antes, o Espaço começou a ficar cheio,vidas, vozes, sorrisos e olhares que buscam, buscam.....o inalcansável. 
Amanhã voltamos, se fechamos em nossa caixinha e tudo volta a ter uma aparente normalidade....

Josh