quinta-feira, março 17, 2011

Lugar nenhum







Corro para esse lugar
Aqui onde o vento sopra
E é tão forte
Quanto o vento que roça o bananal
E os rostos inquietos  que descem a serra do cafezal

Corro para esse lugar
De encontros
Do velho Ribeira com a imensidão do mar
De desencontros
Dos olhos castanhos
Na rua de pedras
Numa quarta de cinzas
Não mais vai voltar


Corro para esse lugar
1990
Contra sua própria vontade
Trouxe consigo
Eros
E nas tardes de domingo
Um imenso vazio
Vem de mansinho
Se aproveitar


Corro para esse lugar
Aqui onde laços de sangue
Para sempre vão morar
E num céu sem estrelas
Fogos de artifício
Anunciam o novo ano
Uma certa nostalgia paira no ar


Numa sexta de chuva
Numa noite sem lua
Já se passam das vinte duas
Corro para esse lugar
                                          
Josh

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